Aproxima-se mais um Dia dos Pais. Uma data que, todos sabemos, foi criada (ou melhor, sustentada) com fins comerciais, assim como os dias das Mães, das Crianças, dos Avós (comemorado no último dia 26), da Mulher e tantas outras. A propósito, não podemos esquecer de citar uma das mais recentes datas criadas: o Dia do Homem, celebrado em 15 de julho. Todas as datas comemorativas, e aí incluo Natal e Páscoa, transformaram-se em grandes festas, recheadas de comidas e presentes. Poucos realmente aproveitam estes momentos para refletir e celebrar valores, que, em princípio, trazemos de casa e que aprendemos com os nossos pais.
Em tempos em que as famílias modernas, em sua maioria, não dão valor aos princípios básicos de uma família cristã, em que a preocupação com o trabalho e a ascensão profissional estão em primeiro lugar e os filhos são deixados de lado, eu quero lembrar dos bons tempos em que vivi, sob o mesmo teto, com meus pais, em especial meu pai. Tenho certeza que meus irmãos concordariam comigo em dizer que somos abençoados pelos pais que temos. Foi um verdadeiro presente de Deus. Muito aprendemos com eles e tudo o que somos devemos a eles.
É engraçado dizer isso, mas sempre que pensava em como seria Deus, pensava no meu pai. Seria um senhor barbudinho, com cabelos falhos e grisalhos? Seria paciente e amoroso? Viria com soluções simples para nossos problemas, que achávamos enormes, como consertar o controle do videogame com um cabo de escova de dente (os jovens e crianças de hoje nem sabem do que estou falando)? Deixaria nos divertir, como quando a mãe saía de casa e o pai nos deixava "atacar" a despensa? Ensinaria o caminho, mas nos deixaria livre para escolher, como o pai nos orientou estudar, independente do que escolheríamos ser quando crescêssemos (e por mais que eu tenha perdido meu diploma de jornalista, ele e a mãe são meus principais incentivadores)?
Talvez ele não lembre, mas eu nunca esquecerei da minha alegria quando aos 10 anos recebi um bilhete assinado pelo pai na escola depois de uma reunião de pais. Afinal, era sempre a mãe que ia. E aquela vez ele foi à minha reunião e fiquei muito feliz. Certamente ele ficou orgulhoso porque nós três sempre tirávamos notas boas, e deve ter escrito isso no bilhete, que eu não lembro. Só me recordo do final em que ele escreveu: "Um beijo na ponta de seu nariz. Papai".
Um gesto simples, mas de amor. Hoje, eu quero retribuir esse pequeno gesto e tantos outros que recebi nos meus 30 anos. Não só a meu pai, mas a Deus, que é o Pai de todos. Que todos os filhos possam agradecer aos pais e a Deus, não só pela vida, pela educação, pelo amor, mas pelos pequenos gestos, pelos conselhos, pela paciência e até pelos puxões de orelha. E que todos os pais possam agradecer a Deus por sua missão divina, e que possam se orgulhar em verem no que se transformou aquele frágil bebê que criaram.
Uma abençoada semana a todos e FELIZ DIA DOS PAIS!
Luana Lemke Guterres
jornalulemke@gmail.com